1969/1970 - FUNDAÇÃO

Um grupo de alunos do Liceu de Oeiras (Portugal), decide formar um grupo rock. As principais referências musicais eram os "Pink Floyd", os "King Crimson", os "Soft Machine", Frank Zappa e alguns músicos do recém aparecido movimento de "jazz-rock", sendo de destacar Chick Corea, Santley Clark e Miles Davis.

A formação inicial era a seguinte:

A estes elementos juntou-se posteriormente Manuel Baião, nos sopros.

O primeiro concerto realiza-se no local de ensaio, na cave da casa dos pais do Paulo Viana, em 1970.

Seguem-se concertos na Praça de Touros de Cascais (?) e na discoteca "Ronda" (actual "Bauhaus"), no Monte Estoril.

A banda é contactada para integrar o "Lisboa 70", um evento pluridisciplinar, comissariado por Luís Stau Monteiro, tendo participado nos ensaios. O evento não se chegou a realizar por ter sido proibido pela censura política.

1971 a 1974 - ROCK-PROGRESSIVO

A banda sofre alteração na sua composição. Com a saída do baterista, o lugar é ocupado por Xico Zé. Entram António Monteiro (Manecas), para a guitarra eléctrica e Jorge Pinheiro para as percussões e, mais tarde, para o vibrafone.

A música passa definitivamente a ser "conceitual", procurando atingir sonoridades extra-sensoriais e experimentais. Desenvolvem-se peças com diversos andamentos, à semelhança das peças clássicas. São exemplos, "Morte dos Elefantes num Templo Gótico" e "Sodoma e Gomorra", cuja duração média era de cerca de meia-hora. Simultaneamente começou a impor-se uma estética "barroca", bem representada nos cartazes publicitários do grupo e nos cenários das actuações.

O principal concerto deste período realiza-se a 22 de Maio de 1972 no Auditório do Colégio Alemão de Lisboa, do qual existe uma gravação fragmentada.

Pouco depois o grupo reforça-se com a entrada de José Machado para o violino. A sonoridade torna-se cada vez mais distante das bandas convencionais de rock. O vibrafone, o violino e os sopros permitiam a utilização de sonoridades mais "jazzie" e, simultaneamente, mais psicadélicas. Essa fusão passou a ser explorada nas performances que se seguiram, de que se destacam:

No final de 1972, dois concertos sucessivos no "Clube 1º Acto", em Algés e um concerto no Teatro Experimental de Cascais (TEC) foram decisivos para lançar o nome do grupo, como banda experimental, com sonoridades de fusão entre o rock, o jazz, o psicadélico e a música contemporânea. O "1º Acto" era, então, um espaço experimental que chamava público da elite cultural lisboeta o qual aderiu às propostas apresentadas. Desde então, o "Ephedra" ficou conotado com o estilo que mais tarde se viria a designar de "rock-progressivo". São desses concertos as críticas jornalísticas que podem ser consultadas no espaço (---).

Desde a fundação até 1974 as músicas eram exclusivamente instrumentais e a grande maioria das composições era do Xico Zé ou do Paulo Viana.

1974 a 1977 - POP-EXTRALÚCIDO

Em 1974 o "Ephedra" foi convidado para tocar no 4º "Festival de Jazz de Cascais". Não pôde ser aceite. Nesse ano tinham-se dado alterações profundas na orientação musical da banda. Inicia-se uma viragem para as canções. As músicas passam, na sua generalidade, a ser cantadas e a ter menor duração.

A formação da banda sofre, igualmente, profundas alterações. Com a incorporação militar do Xico Zé em 1973 e saída do Manecas e do Manuel Baião, entram para a banda os seguintes novos elementos:

Durante algum tempo o viola baixo foi Manuel Mota, substituindo temporariamente Luís Piques, a cumprir serviço militar.

Os concertos passam a ser a abordados como performances compostas, integrando, para além da música, poesia, texto, projecção de slides e pintura.

Novamente no "1º Acto" ficou célebre o concerto "O Meu Nome é Andros". O palco era ocupado por um cenário enorme, representando um labirinto de colunas neo-clássicas, dominado pela figura austera de Beethoven. No palco foi reproduzido o ambiente de casa do Rodrigo Montellano, da qual foram deslocadas mesas e cadeiras, onde músicos e convidados se sentavam. O espectáculo iniciava-se com a projecção de um diaporama de Roberto Barbosa, com um texto dito por Luís Manuel Ribeiro da Fonseca. A música surgia depois, oscilando entre temas instrumentais, canções e baladas acústicas. No final, acompanhado a marimbas africanas e flauta, António Barahona, vestido de árabe, dizia poesias do seu livro "O Progresso de Jesus". Ficou célebre a música "Palhaço", cuja letra era uma crítica feroz aos tempos post "25 de Abril" que se viviam, bem como "Povo do Sul", que passaria a ser um hino "ephedriano".

Em 1975 o "Ephedra" compõe e executa a banda sonora do filme "Lerpar", uma longa-metragem realizada por Luís Couto, onde contracenavam, entre outros, Isabel de Castro, Maria do Céu Guerra, Virgílio Castelo e Victor de Sousa.

Os concertos mantêm-se com maior intensidade na zona periférica de Lisboa e margem esquerda do Tejo.

Em 1977 voltam a realizar-se 2 concertos no "1º Acto" e um derradeiro concerto no Teatro "Ad Hoc", em Lisboa.

Entretanto, várias solicitações familiares e profissionais sobrepõem-se e a banda decide parar em termos de actuações ao vivo.

1977 a 1989 - POP

Neste período o grupo inicia um período mais intimista, mantendo uma composição activa que se manifesta na gravação de um conjunto de canções de índole mais popular e que culmina em 1984, com uma gravação produzida por José Maria Tavares Rosa: "Ephedra 84". São deste período temas como "Grilos do Campo", "Navega", "Erva do Mato" e "Martinho", de Marcial Rodrigues, "Sem Sossego" e "Beatriz", de Paulo Viana ou "Caligaera", de Luís Piques.

Nesta fase, Jorge Pinheiro passa a tocar bateria. Entra Luís Vaz do Carmo, para a flauta e saxofone. A voz é reforçada com a participação de Manuela Martins. Neste período não há qualquer actuação ao vivo.

Em 1987 a banda está limitada a um "núcleo duro" constituído por Paulo Viana, Luís Piques, Jorge Pinheiro, Isabel Montellano e Rodrigo Montellano. É gravada uma cassete, "Ephedra 87", com músicas como "Primitivo-Futurista", "Paraíso", "O Jogo" e "O Último a Rir".

Por volta deste ano (?) realizam-se dois espectáculos ao vivo. O primeiro, no ginásio "Luddance", em Carcavelos, contou com a presença de Manecas, na guitarra, e o segundo, no bar "Número 1", com a participação de José Machado, no violino.

A partir daí o grupo não voltou a aparecer em público, mantendo apenas uma actividade de composição e gravação, restringindo-se a Paulo Viana, Luís Piques, Jorge Pinheiro (agora na bateria e na guitarra) e Isabel Montellano, na voz. São dessa fase músicas como "Esfinge", "Aprendiz de Feiticeiro" e "Tristes Trópicos", de Paulo Viana ou "Casino da Trafaria" e "Insónia", de Jorge Pinheiro", compiladas na cassete "Ephedra 89".

2007 - REGRESSO ÀS ORIGENS

Em finais de 2007 o grupo decide voltar a tocar, regressando às origens, quer em termos de opção musical ("rock-progressivo"), quer quanto à formação, que é a seguinte:

Há uma primeira actuação no bar Os Raposos, em Paço d’Arcos, a 9 de Maio de 2008.

Segue-se a gravação do disco “Ephedra”, entre Junho e Novembro de 2008, totalmente instrumental e com temas da primeira fase do grupo, reorquestrados por Xico Zé Henriques. O disco foi lançado ao vivo no Auditório do Teatro Independente de Oeiras, em 28 de Novembro de 2008.

Em 20 de Maio de 2009 há um concerto no Teatro Eunice Muñoz, em Oeiras. Uma espécie de reencontro do Ephedra com os seus fãs de sempre. Neste concerto entra já Emílio Robalo nas teclas, em substituição de Paulo Viana.

A doença de Xico Zé agrava-se. Viria a falecer em 20 de Julho desse ano. Com a morte de Xico Zé, a guitarra baixo passa a ser tocada por David Santos.

Há ainda dois concertos na discoteca Renhau-Nhau, na Costa da Caparica, a 24 de Outubro e 28 de Novembro de 2009, e um derradeiro concerto no bar “Os Raposos”, em 22 de Janeiro de 2011.

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